quinta-feira, maio 28, 2020

Bike e bem-estar é o par perfeito nesta época de pandemia

Por Eduardo Romero

 

Pedalar sempre foi algo benéfico e estimulador. Costumo dizer que a bicicleta oportuniza a velocidade da percepção, pois ao sair de bike conseguimos observar, perceber o caminho, o trânsito, o vento, a temperatura, a paisagem, a cidade, sentir o frio ou o calor e a vida de forma geral. A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou em 2010 a bicicleta como o meio de transporte mais sustentável do mundo. Faz bem a nossa saúde mental e física, à economia e ao meio ambiente. E neste período de pandemia de coronavírus faz toda a diferença.

 

Olha que coisa mais interessante: segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), no Brasil há mais bicicletas que carro, sendo 50 milhões de bikes e 41 milhões de carros. Mas, ainda assim, apenas 7% dos brasileiros usam a bicicleta como meio de transporte principal. Sim, há vários fatores que inibem os brasileiros de pedalar, passando pela falta de infraestrutura adequada, educação no trânsito e até questões culturais. Mas, aos poucos, as coisas têm mudado. E nesse momento de tensão e ansiedade por conta da Covid-19 o ato de pedalar tem provocado mudanças nas políticas públicas e no cotidiano das pessoas.

 

Sabemos que a melhor maneira de passarmos por este momento histórico e difícil é nos cuidando, nos prevenindo e tentando nos mantermos saudáveis de corpo e mente. Uma grande aliada, para muitas pessoas, tem sido a bicicleta com pedalada individual ou em grupo. Pedalar contribui de diferentes maneiras com o bem-estar físico e a saúde mental. Pare para pensar: Você já viu algum ciclista pedalando com raiva? Eu nunca vi. Às vezes alguns ficam bravos porque não são respeitados como mandam as leis de trânsito, porém passa rápido. Pedalar aumenta a liberação de endorfina e serotonina, substâncias que causam a sensação de prazer, conforto e tranquilidade.

 

O contato com a natureza que a atividade proporciona gera ainda maiores resultados, porque promove momentos incríveis de contemplação e liberdade. Sensações que ficamos privados por causa do isolamento social que estamos fazendo como prevenção ao coronavírus. É importante lembrar que a prática do ciclismo pode e deve ser realizada, mas precauções também devem ser tomadas. De acordo com o Decreto n. 14.288/2020 da Prefeitura de Campo Grande-MS, fica estabelecido que o ciclismo pode ser praticado respeitando a distância de 20 metros de outro ciclista. É importante estar utilizando máscara e, claro, não podemos esquecer os objetos de segurança como capacete e sinalizadores. Sempre lembrar de colocar a segurança em primeiro lugar.

 

A prática pode ser uma pedalada longa ou um simples passeio no bairro, próximo de casa. O importante é desfrutar do vento no rosto e nos sentirmos bem e dispostos. Neste período de pandemia tenho observado que amigos e conhecidos que antes não eram adeptos da bike, agora estão pedalando. Encontraram no ciclismo uma maneira de espairecer e esquecer os problemas. A oportunidade de pais e filhos “brincarem de bicicleta”. Aprender a se equilibrar e dar as primeiras pedaladas é um grande desafio para meninada que está em casa em quarentena. Um exercício para família toda.

 

Cada um no seu ritmo, do seu jeito, respeitando as recomendações dos órgãos de saúde, usando máscaras, não aglomerando, fazendo a higienização correta de mãos e objetos, respeitando os horários e as distâncias estabelecidas, pode ter na bike o alívio necessário. Isto evita os sintomas da tensão, depressão, mantém sua saúde e das pessoas que amamos. Pedalar é um ato de amor próprio e também coletivo.

 

*Vereador por Campo Grande, Vice-Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Campo Grande e Coordenador Nacional da Frente Parlamentar de Vereadores Ambientalistas.