Com uma população de quase 2,5 milhões de
habitantes, Mato Grosso do Sul ainda é um estado com baixo índice de pessoas
cadastradas no banco de doadores voluntários de medula óssea. De acordo com
levantamento feito pelo Hemocentro Coordenador (Hemosul), apenas 4,8% da
população que se enquadra como possíveis doadores procuraram o banco.
A diretora geral do Hemocentro Coordenador de Mato
Grosso do Sul (Hemosul), Eliana Dalla Nora fez uso da palavra na tribuna da Câmara
Municipal, durante sessão desta terça-feira (23), para alertar sobre a
necessidade de aumentar o número de doadores voluntários no banco do Hemosul.
Ela foi convidada pelo vereador Eduardo Romero (PT do B).
O Hemocentro tem campanha permanente para aumentar o
número de doadores de medula óssea e agora reforça as ações com o intuito de
aumentar as possibilidades de cura para aqueles que estão no aguardo de um
doador compatível.
Lucéia Fernandes, responsável pelo programa de
captação de medula, destaca que, além de Campo Grande, outras cidades no
interior do Estado possuem Hemosul e estão à espera de doadores voluntários de
medula óssea. O interior é apontado como grande potencial doador, mas tem
despertado pouco interesse. ‘Identificamos aproximadamente 1 milhão de pessoas
que se enquadram como doadoras. Precisamos da ajuda de todos para que nossa
campanha sensibilize estas pessoas’, apela.
Eliana Dalla Nora revelou que a Hemorrede tem mais de
100 mil pessoas cadastradas e que este ano foram 200 solicitações para
verificar compatibilidade. Além disso, mais de 20 doadores foram encaminhados para
fora do Brasil. Em 2012 um voluntário de Campo Grande foi para a França doar
medula óssea para uma criança de 4 anos.
Em relação a Campo Grande, o Hemocentro identificou
que 9,8% da população estão cadastradas como doadora de medula óssea.
Eduardo Romero é doador de medula óssea há mais de
uma década e até o momento não foi chamado pela Hemorrede. ‘Já são mais de 10
anos no cadastro do Hemosul e ainda não tive a satisfação de doar medula óssea.
Então, imaginem como é extensa a fila de espera dos receptores que tem neste
procedimento. Como é importante este ato para salvar a vida de uma criança, um
jovem ou um adulto’, frisa.
A vereadora Grazielle Machado (PR) lembrou que
quando um paciente é diagnosticado com leucemia ou qualquer outra doença sofre
com ele toda a família, os amigos. É um sofrimento a espera da doação que,
muitas vezes, não chega. A parlamentar lembrou histórias de luta de familiares
que bateram de porta em porta incentivando o voluntariado da doação de medula
na esperança de encontrar compatibilidade para salvar um parente.
O vereador Drº Jamal (PR) disse que como médico
destaca a importância do voluntariado e por isso apela para que as pessoas que ainda
não sejam cadastradas procurem o Hemosul.
O parlamentar Vanderlei Cabeludo (PMDB) revelou que
é cadastrado no banco de medula óssea do Hemosul Campo Grande. Para ele, será uma
grande satisfação no dia que for chamado para ajudar alguém identificado como
compatível. ‘Peço a Deus para que um dia eu seja escolhido’, disse.
O vereador Cazuza (PP) destacou a iniciativa do
vereador Eduardo Romero em convidar as representantes do Hemosul. Ele se
comprometeu como profissional do rádio a divulgar a campanha.
A chance de encontrar uma medula compatível segundo
o Instituto Nacional do Câncer é, em média, de uma em cem mil. Para ser um
doador de medula, basta ter entre 18 e 55 anos, bom estado de saúde (não ter
doença infecciosa ou incapacitante). O transplante de medula é indicado para
pacientes portadores de doenças que afetam as células sanguíneas como leucemia,
e consiste na substituição da medula óssea doente por uma normal. Não há nenhum
risco ou restrições médicas para os doadores após o transplante.
O
que é medula óssea?
É um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior
dos ossos, sendo conhecida popularmente por 'tutano'. Na medula óssea são
produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os
leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. As hemácias transportam o
oxigênio dos pulmões para as células de todo o nosso organismo e o gás
carbônico das células para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos são
os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo e nos
defendem das infecções. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.
Como
é o transplante para o doador?
Antes da doação, o doador faz um rigoroso exame
clínico incluindo exames complementares para confirmar o seu bom estado de
saúde. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou
alimentação. A doação é feita em centro cirúrgico, sob anestesia, e tem duração
de aproximadamente duas horas. São realizadas múltiplas punções, com agulhas,
nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula. Retira-se um volume de
medula do doador de, no máximo, 15%. Esta retirada não causa qualquer
comprometimento à saúde. (Fonte: Inca).
O Hemocentro fica na Avenida Fernando Côrrea da
Costa, n° 1304. O telefone é o (67) 3312-1500.
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