terça-feira, abril 23, 2013

Menos de 5% da população do Estado está cadastrada para doar medula óssea






Com uma população de quase 2,5 milhões de habitantes, Mato Grosso do Sul ainda é um estado com baixo índice de pessoas cadastradas no banco de doadores voluntários de medula óssea. De acordo com levantamento feito pelo Hemocentro Coordenador (Hemosul), apenas 4,8% da população que se enquadra como possíveis doadores procuraram o banco.

A diretora geral do Hemocentro Coordenador de Mato Grosso do Sul (Hemosul), Eliana Dalla Nora fez uso da palavra na tribuna da Câmara Municipal, durante sessão desta terça-feira (23), para alertar sobre a necessidade de aumentar o número de doadores voluntários no banco do Hemosul. Ela foi convidada pelo vereador Eduardo Romero (PT do B).

O Hemocentro tem campanha permanente para aumentar o número de doadores de medula óssea e agora reforça as ações com o intuito de aumentar as possibilidades de cura para aqueles que estão no aguardo de um doador compatível.

Lucéia Fernandes, responsável pelo programa de captação de medula, destaca que, além de Campo Grande, outras cidades no interior do Estado possuem Hemosul e estão à espera de doadores voluntários de medula óssea. O interior é apontado como grande potencial doador, mas tem despertado pouco interesse. ‘Identificamos aproximadamente 1 milhão de pessoas que se enquadram como doadoras. Precisamos da ajuda de todos para que nossa campanha sensibilize estas pessoas’, apela.

Eliana Dalla Nora revelou que a Hemorrede tem mais de 100 mil pessoas cadastradas e que este ano foram 200 solicitações para verificar compatibilidade. Além disso, mais de 20 doadores foram encaminhados para fora do Brasil. Em 2012 um voluntário de Campo Grande foi para a França doar medula óssea para uma criança de 4 anos.

Em relação a Campo Grande, o Hemocentro identificou que 9,8% da população estão cadastradas como doadora de medula óssea.

Eduardo Romero é doador de medula óssea há mais de uma década e até o momento não foi chamado pela Hemorrede. ‘Já são mais de 10 anos no cadastro do Hemosul e ainda não tive a satisfação de doar medula óssea. Então, imaginem como é extensa a fila de espera dos receptores que tem neste procedimento. Como é importante este ato para salvar a vida de uma criança, um jovem ou um adulto’, frisa.

A vereadora Grazielle Machado (PR) lembrou que quando um paciente é diagnosticado com leucemia ou qualquer outra doença sofre com ele toda a família, os amigos. É um sofrimento a espera da doação que, muitas vezes, não chega. A parlamentar lembrou histórias de luta de familiares que bateram de porta em porta incentivando o voluntariado da doação de medula na esperança de encontrar compatibilidade para salvar um parente.

O vereador Drº Jamal (PR) disse que como médico destaca a importância do voluntariado e por isso apela para que as pessoas que ainda não sejam cadastradas procurem o Hemosul.
O parlamentar Vanderlei Cabeludo (PMDB) revelou que é cadastrado no banco de medula óssea do Hemosul Campo Grande. Para ele, será uma grande satisfação no dia que for chamado para ajudar alguém identificado como compatível. ‘Peço a Deus para que um dia eu seja escolhido’, disse.

O vereador Cazuza (PP) destacou a iniciativa do vereador Eduardo Romero em convidar as representantes do Hemosul. Ele se comprometeu como profissional do rádio a divulgar a campanha.

A chance de encontrar uma medula compatível segundo o Instituto Nacional do Câncer é, em média, de uma em cem mil. Para ser um doador de medula, basta ter entre 18 e 55 anos, bom estado de saúde (não ter doença infecciosa ou incapacitante). O transplante de medula é indicado para pacientes portadores de doenças que afetam as células sanguíneas como leucemia, e consiste na substituição da medula óssea doente por uma normal. Não há nenhum risco ou restrições médicas para os doadores após o transplante.

O que é medula óssea?

É um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por 'tutano'. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. As hemácias transportam o oxigênio dos pulmões para as células de todo o nosso organismo e o gás carbônico das células para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo e nos defendem das infecções. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.

Como é o transplante para o doador?

Antes da doação, o doador faz um rigoroso exame clínico incluindo exames complementares para confirmar o seu bom estado de saúde. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. A doação é feita em centro cirúrgico, sob anestesia, e tem duração de aproximadamente duas horas. São realizadas múltiplas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula. Retira-se um volume de medula do doador de, no máximo, 15%. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde. (Fonte: Inca).

O Hemocentro fica na Avenida Fernando Côrrea da Costa, n° 1304. O telefone é o (67) 3312-1500.

Nenhum comentário: