Diversas sugestões e projetos
de lei foram debatidos em uma audiência pública presidida pelo vereador Eduardo
Romero (PTdoB) durante a Semana de Meio Ambiente na Câmara Municipal
A audiência pública “Queimadas
urbanas” reuniu nesta quarta-feira (5) diversas autoridades ligadas ao meio
ambiente, estudantes e comunidade na Câmara Municipal de Campo Grande. Todos os
membros da mesa destacaram a importância da educação ambiental, sensibilização
da população e mudança de comportamento cultural de toda a população campo-grandense.
O debate foi conduzido pelo presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente Eduardo
Romero (PTdoB), com presença da vereadora Grazielle Machado (PR) e secretariado
pelo vereador Chiquinho Telles (PSD), com representantes da Fundação Nacional
de Saúde (Funasa), Comissão de Meio Ambiente da OAB-MS, Corpo Militar de
Bombeiros, Polícia Militar Ambiental (PMA), Uniderp Anhanguera e da ONG Ecoa
Ecologia e Ação.
Segundo o Major Queiroz, chefe de
comunicação da PMA, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Urbano (SEMADUR) é responsável por toda a parte de licenciamento, fiscalização
e autuação ambiental no perímetro urbano de Campo Grande. Quando a PMA realiza
algum flagrante de incêndio em terrenos baldios, por exemplo, as informações
são encaminhadas a SEMADUR, que tem acesso aos dados sobre proprietários para
realização das autuações. “Temos uma população bastante consciente sobre o que
são crimes ambientais, basta ver o número de denúncias que recebemos todos os
dias”, destaca o Major.
Os relatórios georeferenciais dos
Bombeiros também são encaminhados a SEMADUR, tornando-se necessário alinhar as
informações com o SIGO, para que as multas sejam efetivadas. O Major Djan, sub-chefe
do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, explica que na área
urbana o termo mais indicado é incêndio, a palavra queimada refere-se
principalmente ao campo. Nos períodos de estiagem os bombeiros já chegaram a registrar
242 chamadas por mês em Campo Grande. Apenas três unidades do município estão equipadas
com viaturas de combate a incêndio. Há outras viaturas com água, mas não
preparadas para incêndios florestais.
O custo de investimento alto,
chegando a 650 mil Reais por viatura, no mínimo. Major Djan ponderou que há outras
técnicas pra combate ao fogo que não utilizam água, mas que tornam-se inviáveis
devido ao pequeno contingente de bombeiros. Estas ações de campo dificultam o
retorno do militar a sua base porque provocam a exaustão física.
No Brasil, há leis abrangentes e
avançadas, reconhecidas internacionalmente. Todavia, se fragilizam diante da
falta de fiscalização e efetivo dos órgãos responsáveis, explicou a
representante da Comissão de Meio Ambiente da OAB-MS, Dra. Sandra Marize M.
Oliveira. Além disso, é extremamente importante investir em Educação Ambiental,
sensibilizando as crianças para influenciar os adultos.
Manoel Andrés Neguizamon, biólogo
da FUNASA/MS, afirmou que a instituição atualmente está mais focada na saúde
pública, mas existe um setor de Educação Ambiental e Saúde Ambiental que
promove ações e disponibiliza diversos financiamentos para programas educativos
nas prefeituras. Ele frisou o problema dos materiais que são descartados nas
ruas da cidade, nos mutirões de limpeza organizados pela prefeitura, e que
muitas vezes demoram ser retirados, podendo causar proliferação de doenças e
incêndios.
Ao final da audiência pública “Queimadas
urbanas”, o diretor da organização não governamental Ecoa Ecologia e Ação,
André Siqueira, parabenizou os vereadores pela iniciativa de debater o tema na
Casa de Leis, uma iniciativa considerada inovadora nas políticas públicas
ambientais de Campo Grande.
Logo após foram definidos os
seguintes encaminhamentos:
- Propor que
a SEMADUR firme convênio de parceria para fiscalização e autuação referente
a incêndios
- Propor
a Guarda Municipal que seja criada um pelotão especializado em combate e
prevenção á incêndios, viabilizando convênios para treinamento.
- Sugerir
que a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) realize campanhas de
educação ambiental nas escolas municipais, por meio de realizando
palestras, atividades culturais e um documento base para professores
utilizarem em sala de aula.
- Promover
o diálogo entre o Executivo Municipal a PMA e os Bombeiros, compartilhando
informações com o SIGO, viabilizando maior agilidade na autuação de crimes
ambientais relacionados a incêndios.
- Averiguar
projeto de Lei para que a limpeza de terrenos baldios possa ser feita pela
prefeitura, acrescendo o valor da ação no IPTU do proprietário.
- Solicitar
que o Fundo Municipal de Meio Ambiente seja gerido com maior
transparência, divulgando a abertura e execução dos editais.
- Que
haja melhor divulgação nos calendários de limpeza dos bairros, gerenciados
pela SESAU e executados pela SEINTRHA, evitando acumulo de lixo nas ruas
que podem ser foco de incêndios, acidentes de trânsito e procriação de
animais transmissores de doenças.
- Enviar
requerimentos aos órgãos competentes para alertar a população sobre as responsabilidades
e crimes ambientais em terrenos baldios.
- Encaminhar
indicação para que sejam colocadas placas educativas de prevenção a
incêndios nas praças e parques.
- Questionar,
através de requerimento, a limpeza nos terrenos pertencentes à prefeitura,
governo do Estado e Forças Armadas, bem como a punição de eventuais
irregularidades.
- Fortalecer
a campanha “Adote um terreno baldio”, sugerida no gabinete Eduardo Romero,
viabilizando encaminhamento jurídico de cedência provisória entre
proprietários de terrenos baldios e pequenos agricultores, além de
orientação técnica em parceria com universidades e ONGs.
- Propor
uma audiência pública sobre a Lei do IPTU progressivo para terrenos
baldios, evitando vazios urbanos e especulação imobiliária em Campo
Grande.
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